ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO PARALELA DE REDAÇÃO 3ºANO/2º TRIMESTRE
NOME____________________________ Nº_________ CLASSE____________.
PROF. SEMÍRAMIS
valor: 2,0
Leitura e interpretação de texto
A MORTE QUE FEZ UM
HOMEM RICO
Um homem tinha muitos filhos, e
já todos os homens da freguesia eram seus compadres.
A mulher alcançou outra vez e
pronta estava para parir. O homem, que não queria pedir a mais ninguém, abalou
de casa.
Encontrou no caminho um homem
muito desfigurado, que lhe perguntou aonde ele ia.
Ele contou-lhe, e o homem
disse-lhe que voltasse para trás, que ele era o seu padrinho.
Assim foi.
Quando acabou o batizado, o homem
disse:
— Compadre, repare bem para mim,
para me conhecer onde quer que me encontre. Eu sou a Morte. Tu muda de casa e
faz-te médico, que hás-de ganhar muito dinheiro. Em tu me vendo aos pés da cama
de qualquer doente, é porque ele escapa. Em tu me vendo à cabeceira, é porque
ele morre.
O homem assim fez; começou a ter muita
fama e ganhava muito dinheiro e já estava muito rico mais os filhos.
Num dia a Morte chegou-se ao pé
dele e disse-lhe:
— Bem, agora já te fiz rico, mas
hoje chegou a tua vez e venho matar-te.
O homem pediu muito que o
deixasse viver mais um ano.
A Morte consentiu.
O homem então mandou fazer uma
torre de bronze, com as paredes muito grossas, para a Morte lá não entrar.
Quando o ano estava quase a
acabar, ele mandou fazer um anel de ouro, meteu-o no dedo e fechou-se na torre.
Estava lá a jantar, e apareceu-lhe
a Morte ao pé dele.
Ele, muito assustado,
perguntou-lhe:
— Ó comadre Morte, tu por onde é
que entraste?
A Morte disse que pelo buraco da
fechadura.
Ele então disse-lhe:
— Já que tu te meteste pelo
buraco da fechadura, hás-de meter-se pelo buraco desta cabaça.
A Morte meteu-se e ele tapou a
cabaça com uma rolha e disse à Morte:
— Agora sai daí para fora se és
capaz.
A Morte disse-lhe:
— Ó compadre, pois eu fiz-te
tanto benefício, e tu agora queres-me aqui deixar dentro desta cabaça? Tira-me
a rolha, que eu não te faço mal.
O homem tomou a perguntar-lhe se
ela não lhe fazia mal.
A Morte disse que não.
Ele destapou a cabaça e, ao tempo
que destapou, caiu, mas não morto, e a Morte roubou-lhe o anel.
Ele disse:
— Ó comadre, então tu
prometeste-me que não me matavas, e agora queres-me matar. Deixa-me ao menos
rezar um Padre-Nosso e uma Ave-Maria pela minha alma.
A Morte consentiu.
Ele que fez?
Começou a rezar o Padre-Nosso até
ao meio e depois tornava a começar.
De modo que a Morte não o podia
matar.
O homem então saiu da torre e
começou outra vez na sua vida.
Um dia andava ele à caça e a
Morte fingiu-se de morta no meio do monte.
O homem chegou e, julgando que
era um homem morto, disse:
— Ah! Pobre homem, quem te matou?
Deixa-me ao menos rezar um Padre-Nosso e uma Ave Maria pela tua alma.
Rezou, mas ao tempo que acabou, a
Morte levantou-se e matou-o.
Consiglieri Pedroso, in Contos Populares Portugueses
Estudo do texto:
1.A expressão “A mulher alcançou
outra vez...” significa:
A.( ) A
mulher engravidou outra vez...
B.( ) A
mulher agarrou outra vez...
C.( ) A
mulher acertou outra vez...
2.O homem desfigurado era:
A.( ) uma
vítima de acidente
B.( ) a
morte disfarçada
C.( )
desfigurado de nascença
3.Seguindo o conselho da Morte, o
homem...
a.( ) encontrou um tesouro
b.( ) plantou uma árvore
c.( ) salvou uma princesa
d.( ) mudou de casa
e.( ) foi correr mundo
f.( ) fez-se médico
4.“...uma torre de bronze, com as
paredes muito grossas...”
Identifica o grau em que se
encontra o adjetivo desta frase.
5.A Morte conseguiu entrar na
torre...
A.( ) ... pelo buraco da fechadura.
B.( ) ... por uma porta secreta.
C.( )... por uma janela.
D.( )... pela chaminé