sábado, 20 de agosto de 2011

Exercicios de concordância 7º C

Olá pessoal, tentem resolver às questões se não conseguirem na 5ª feira faremos juntos.bjos Prof Semiramis

Pratique – Concordância

1. Reescreva o trecho, substituindo as palavras destacadas pelas palavras entre parênteses. Faça as adaptações necessárias.

            O apartamento (casa) era pequeno e a saleta funcionava como biblioteca.Estantes (armários) atulhadas de livros cobriam as paredes e, num pequeno espaço, estavam penduradas as aquarelas (quadros) que ele havia pintado anos atrás.Naquele tempo, só os livros não bastavam.Queria também se dedicar à pintura e a música.Das tentativas, restavam quatro aquarelas, e a flauta (flautim), há anos silenciada, jazia no estojo, esquecida numa gaveta qualquer.
                                                                                                                                                          Orlando Bastos.

2. Reescreva o trecho, completando-o com os adjetivos entre parênteses. Faça as concordâncias necessárias.

            Com a chegada (prematuro) do inverno (ártico), os dias eram cada vez (menor), totalmente (branco), confundindo o céu e o oceano0, dificultando perceber a linha do horizonte. As noites, cada vez (maior), ofereciam um espetáculo de “(puro) magia”, como descreveu em seu diário William Laird McKinlay, metereologista e especialista em campos (magnético). Mckinlay, despertava para a vida quando a lua e as estrelas apareciam, após (consecutivo) noites (escuro) pela (compacto) névoa.Quando surgiam, as estrelas eram tão (luminoso) e pareciam tão (próximo) que quase podiam toca-las.Sob a luz da lua ou na escuridão, as (temido) montanhas de gelo formavam (estranho) figuras.Os ventos (forte) e (cortante), assim como a formação de (imenso) blocos de gelos ao redor do barco, mostravam a força (incontrolável) da natureza, fazendo a tripulação se sentir (fraco) diante da possibilidade de uma tragédia cada vez mais (próximo).

                                                                                                                       Horizonte Geográfico,São Paulo,nº 78 p. 70.(fragmento)

3. Complete as lacunas com as palavras entre parênteses. Fique atento à concordância.

a) As empresas_______ solicitaram _______ cursos para o treinamento de funcionários. (mesmo,bastante)

b) ______ pelos pais, a garota foi ao cinema. (acompanhado)

c) Era _______ a sua intervenção em situação tão grave. (necessário)

d) Enviaremos amanhã, _________ aos memorandos, cópias do regulamento. (anexo)

e) Estavam todas ________ perturbadas. (meio)

4. Justifique a concordância dos verbos destacados.

a) “Um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estima que cerca de 50 tartarugas marinhas acabem morrendo, todo ano, em consequência dos pescadores e dos próprios pesquisadores.” (Pesquisa Fapesp)

b) “A meninada de 8 a 12 anos vive e consome feito gente grande. E ainda ensina os pais a lidar com o computador.” (Veja, 26 fev. 2003)

c) “Sons urbanos apresenta desde o som brasileiro do Caboclada até punk da banda alemã Crisis What Crisis.” (Folheto de programação cultural do SESI, mar. 2003)







5. Reescreva a notícia, completando com uma das formas dos verbos entre parênteses.

90% dos brasileiros (é / são) contra a guerra
           
Datafolha revela que 90% dos brasileiros (é / são) contrários à ação militar contra o Iraque e 7% ( é / são) a favor. Para 50%, os EUA (atacou / atacaram) o Iraque porque (quer / querem) controlar o petróleo. Só 12% (acha / acham) que a razão é a ameaça que Saddam Husseim representa para o mundo.

                                                                                                                              Folha de São Paulo, São Paulo, 6 abr. 2003.

Concordância 7º C

Olá, pessoal aqui vai a matéria de 6ª feira, copiem ou imprimam apenas a parte que começa com sujeito composto pois é a que estava faltando.bjos Prof Semiramis

Leia:
Posto de gasolina

                                   Mas que sujeira!
                                   - este pequeno posto de gasolina
                                   permeado, embebido em óleo,
                                   atinge uma perturbadora,
                                   genérica translucidez negra.
                                   Cuidado com o fósforo!

                                   O pai usa um sujíssimo
                                   macacão lavado em óleo
                                   que o corta sob os braços,
                                   e vários rápidos vivazes
                                   filhos gordurosos o assistem
                                   ( é um posto familiar)
                                   sujos de cima a baixo.
                                                                       Elizabeth Bishop.

.O que o poema descreve?
.Por que diz “Cuidado com o fósforo!”?
. Complete o quadro com os determinantes correspondentes a cada um destes substantivos do poema.

Substantivo
 Adjetivo ou expressão adjetiva
    posto

translucidez

macacão

    filhos



Observe que os determinantes de cada substantivo concordam com o gênero (masculino, feminino) e o número (singular, plural) do substantivo a que se referem.

 Concordância do adjetivo com mais de um substantivo.
. Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos: concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Ex.: Ofereceram-me duas frutas e uma torta gelada.
       Ofereceram-me duas frutas e uma torta geladas.

. Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos: geralmente a concordância é feita com o mais próximo.
Ex.: Notamos o cerimonioso gesto e atitude diante dos convidados.

. Adjetivos que se referem a substantivos de gêneros diferentes: geralmente a concordância se faz no masculino. Ex.: O treinador e as atletas se mostraram animados.

. Quando os substantivos são sinônimos ou estão em gradação o adjetivo pode concordar com o mais próximo.
Ex.: Naquele momento, sentiu uma melancolia e um pesar intenso.
       Recebeu um olhar, uma carícia, um abraço afetuoso.

Veja a seguir algumas particularidades da concordância nominal.

. Obrigado, adjetivo sinônimo de grato: concorda com o substantivo ou a pessoa a que se refere.
Ex.: Ela sempre diz “muito obrigada” com um sorriso sincero.


. Anexo, incluso: adjetivos que concordam com o substantivo a que se referem.
Ex.: Seguem inclusos os documentos pedidos.

. Mesmo, próprio: pronomes de reforço que variam de acordo com a pessoa a que se referem.
Ex.: As orientadoras mesmas aplicarão os testes.
       O próprio morador do prédio se desculpou pelo barulho que causou.

. Bastante, muito, tanto, meio, só: quando têm valor de adjetivo, concordam com o substantivo a que se referem.
Ex.: Assistimos a bastantes filmes sobre a guerra.
       Ele desistiu a meia hora da chegada.

Com valor advérbio, são invariáveis. Ex.: Ficamos bastante insatisfeitos.

Leia este trecho de uma crônica.

            Estou parado diante de uma loja. Observo atentamente uma camiseta regata: deslizará como uma cortina sobre minhas adiposidades? Ou, perversa, me transformará num bojão de gás ambulante? O manequim de bermuda me convida a comprar todo o figurino de verão.Sendo realista: o que eu desejo não é vestir as roupas, mas me tornar igual ao manequim da vitrine.Suspiro.Sinto-me subitamente rejuvenescido, com direito a usar franjinha na testa e tênis da moda.Duas garotas se aproximam, sorridentes.Olham para mim.Sorrio de volta, como se fosse colega de escola.Uma delas rapidamente atira o balde de água fria:
            - Tio, que horas são?
            Desabo.Mal consigo identificar os ponteiros do relógio.Tio? Fujo, com as orelhas vermelhas de frustração.Nada mais trágico do que ser chamado de tio.
                                                                                               Walcyr Carrasco.

. Escreva o núcleo do sujeito dos verbos destacados.
. Qual é o número (singular ou plural) e a pessoa (1ª,2ª ou 3ª) desses sujeitos?
. Qual é o número e a pessoa de cada verbo?

Veja a seguir os casos mais comuns de concordância.

Concordância com sujeito simples.
. O sujeito é um coletivo no singular: o verbo vai para o singular.
Ex.: A turma não quis adiar a viagem.

. O sujeito é um coletivo seguido por um determinante no plural: o verbo vai para o singular.
Ex.: A equipe de cinegrafistas abandonou as filmagens.

. O sujeito é uma expressão partitiva, como a maior parte de, grande parte de, uma porção de, a maioria de, o resto de, metade de, um grande número de, etc. seguida de determinante no plural: o verbo pode ir para o singular (concordar com a expressão) ou para o plural (concordar com o determinante, se este estiver no plural).
Ex.: A maior parte dos alunos não pensou (ou pensaram) em deixar o curso.
       Metade dos empregados assinou (ou assinaram) o documento.

. O sujeito é formado por expressões que indicam quantidade aproximada, como cerca de, perto de, mais de, menos de, seguidas de um número no plural: o verbo vai para o plural.
Ex.: Cerca de mil operários reivindicavam melhores condições de trabalho.


7º C 2012
. O sujeito é formado pelas expressões mais de um ou mais que um, seguidas de substantivo: o verbo fica no singular.E x.: Mais de um diretor avisou a turma sobre o novo curso.

. O sujeito é formado por nome próprio no plural, precedido de artigo: o verbo vai para o plural.
Ex.: Os Estados Unidos compraram o Alasca da Rússia.

Concordância com sujeito composto.

.Quando os núcleos do sujeito são de pessoas gramaticais diferentes, há três possibilidades.
- 1ª e 2ª pessoas: verbo vai para a 1ª pessoa do plural.
Ex.: Eu e tu já escolhemos.

- 1ª e 3ª pessoa: o verbo vai para a 1ª pessoa do plural.
Ex.: Eu e ele já escolhemos.

- 2ª e 3ª pessoas: o verbo vai para a 2ª pessoa do plural.
Ex.: Tu e ele já escolhestes.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Atividade Conto: As formigas

E.E. “Dona Luiza Macuco”
Atividade de Língua Potuguesa

CONTO
O conto apresenta um único conflito, traz personagens, tempo, espaço. O enredo tem poucos personagens, além de tempo e espaço reduzidos.
O narrador pode ser personagem (1ªpessoa) ou observador (3ªpessoa).A linguagem pode ser informal ou formal. Como gênero o conto se firmou no século XIX e, ainda hoje, apresenta a mesma estrutura que o consagrou.
Leia a seguir o conto As formigas, de Lygia Fagundes Telles.

As formigas
                Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase meia noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada.
[...]
                Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona avisara-nos por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio.Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.
                - Pelo menos não vi sinal de barata – disse minha prima.
                A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna.[...]
                - É você que estuda medicina? – perguntou soprando a fumaça na minha direção.
                - Estudo Direito. Medicina é ela.
                A mulher examinou-nos com indiferença. Devia estar pensando outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. [...]
                - Vou mostrar o quarto, fica no sótão – disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez sinal par que a seguíssemos. – O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.
                [...]
                O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos de entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha de dourado. No ângulo onde o teto encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um  pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.
                - Mas que ossos tão miudinhos! São de crianças?
                - Ele disse que era de adulto. De um anão.
                - De um anão? É mesmo, a gente vê que já estão formados...
                Mas que maravilha, é raro à beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí – admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. – Tão perfeito, todos os dentinhos!
                - Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, garrafa – recomendou coçando a cabeça. [...]
- De onde vem esse cheiro? – perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. – Você não está sentindo um cheiro meio ardido?
                - É do bolor. A casa inteira cheira assim. – ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.
                No sonho, um anão louco de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! Mas acordei antes, A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.
                - Que é que você está fazendo aí? – perguntei
                - Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?


                Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.
                - São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só ida – estranhei.
                - Só ida.
                Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.
                [...]
                Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha da formigas. [...]

- Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com um omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?
                - Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.
                Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmaga-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.
                [...] Às seis horas o despertador disparou veementemente. Travei a campainha. Minha prima dormia com a cabeça coberta. No banheiro, olhei com atenção as paredes, para o chão de cimento, à procura delas. Não vi nenhuma. Voltei pisando na ponta dos pés e então entreabi as folhas da veneziana. O cheiro da noite tinha desaparecido. Olhei para o chão; desaparecera também a trilha do exército massacrado. Espiei debaixo da cama e não vi o menor movimento de formigas no caixotinho coberto.
                Quando cheguei por volta das sete, minha já estava no quarto.[...]
                - E as formigas?
                - Até agora, nenhuma.
                - Voce varreu as mortas?
                Ela ficou me olhando.
                - Não varri nada, estava exausta. Não foi você que varreu?
                - Eu?! Quando acordei, não tinha nem sinal de formiga nesse chão, estava certa que antes de deitar você juntou tudo... Mas então quem?!
                 Ela apertou os olhos estrábicos, ficava estrábica quando se preocupava.[...]
                Tive o segundo tipo de sonho que competia nas repetições com o sonho da prova oral. E no mesmo lugar. Chegava o primeiro e minha aflição era levá-lo embora dali antes que chegasse o segundo. O segundo, desta vez, era o anão. Quando só restou o oco do silêncio e sombra, a voz da minha prima me fisgou e me trouxe para a superfície. Abri os olhos com esforço. Ela estava sentada na beira da minha cama, de pijama e completamente estrábica.
                - Elas voltaram.
                - Quem?
                - As formigas. Só atacam de noite, antes da madrugada. Estão todas aí de novo.
                A trilha da véspera, intensa, fechada, seguia o antigo percurso da porta até o caixotinho de ossos por onde subia na mesma formação até desformigar lá dentro. Sem caminho de volta.
                - E os ossos?
                Ela se enrolou no cobertor, estava tremendo.
                - Aí é que está o mistério. Aconteceu uma coisa, não entendo mais nada! Acordei para fazer pipi, devia ser uma três. Na volta senti que no quarto tinha algo mais, está me entendo? Olhei pro chão e vi a fila dura de formiga, você lembra? Não tinha nenhuma quando chegamos. Fui ver o caixotinho, todas traçando lá dentro, lógico, mas não foi isso o que quase me fez cair pra trás, tem uma coisa mais grave: é que os ossos estão mesmo mudando de posição, eu já desconfiava mas agora estou certa, pouco a pouco eles estão... estão se organizando.
                - Como, organizando?
                [...]
                - Voce lembra, o crânio entre as omoplatas, não deixei ele assim. Agora é a coluna vertebral que já está quase formada, uma vértebra atrás da outra, cada ossinho tomando seu lugar, alguém do ramo está montando o esqueleto, mais um pouco e ... Venha ver!
                - Credo, não quero ver nada. Estão colando o anão, é isso?
                [...] Dormimos juntas na minha cama. Ela dormia ainda quando saí para a primeira aula. No chão, nem sombra de formiga, mortas e vivas, desapareciam com a luz do dia.
                Voltei tarde da noite, um colega tinha casado e teve festa. [...]
                - Hoje não vou dormir, quero ficar de vigia – ela avisou.
                O assoalho ainda estava limpo. Me abracei ao urso.
                - Estou com medo.
                Ela foi buscar uma pílula para atenuar minha ressaca, me fez engolir a pílula com um gole de chá e ajudou a me despir.
                - Fico vigiando, pode dormir sossegada. Por enquanto não apareceu nenhuma, não está na hora delas, é daqui a pouco que começa. Examinei com a lupa debaixo da porta, sabe que não consigo descobrir de onde brotam?
                Tombei na cama, acho que nem respondi. No topo da escada o anão me agarrou pelos pulsos e rodopiou comigo pelo quarto, acorda! Demorei para reconhecer minha prima que me segurava pelos cotovelos. Estava lívida. E vesga.
                - Voltaram – ela disse.
                [...]
                - Estão mesmo montando ele. E rapidamente, entende? O esqueleto está inteiro, só falta o fêmur. E os ossinhos da mão esquerda, fazem isso num instante. Vamos embora daqui.
                - Você está falando serio?
                - Vamos embora, já arrumei as malas.
                A mesa estava limpa e vazios os armários escancarados.
                - Mas sair assim, de madrugada? Podemos sair assim?
- Imediatamente, melhor não esperar que a bruxa acorde. Vamos, levanta.
                - E para onde a gente vai?
                - Não interessa, depois a gente vê. Vamos, vista isso, temos de sair antes que o anão fique pronto.
                Olhei de longe a trilha; nunca elas me pareceram tão rápidas.Calcei os sapatos, descolei a gravura da parede, enfiei o urso no bolso da japona e fomos arrastando as mals pelas escadas, mais o intenso cheiro que vinha do quarto, deixamos a porta aberta. Foi o gato que miou comprido ou foi um grito?
                No céu, as últimas estrelas já empalideciam. Quando encarei a casa, só a janela vazada nos via, o outro olho era penumbra.
                                                   Lygia Fagundes Telles.Os melhores contos.Seleção de Eduardo Portela.São Paulo:Global,1997.(fragmento)

1. Nesse conto, quem é o narrador da história, e em que pessoa ou foco narrativo ela se desenvolve.
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2. O conto apresenta, em geral uma estrutura definida.Há as seguintes partes: situação inicial, conflito,clímax e desfecho.
a) Resuma a situação inicial do conto lido.
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b) Como se desenvolve a complicação ou conflito?
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c) Identifique o clímax, isto é, o ponto máximo de tensão da narrativa.
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d) Qual é o desfecho do conto?
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3. O tempo da narrativa é cronológico ou psicológico?
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4. Quais são as  características principais das duas personagens femininas?
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5. como o narrador sugere que o tempo de duração da história é curto?
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generos textuais:Conto

Gêneros Textuais: Conto
 
O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou a impressão total.
 
O conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. No conto a trama é linear, objetiva, pois o conto, ao começar, já está quase no fim e é preciso que o leitor "veja" claramente os acontecimentos. Se no romance o espaço/tempo é móvel, no conto a linearidade é a sua forma narrativa por excelência. "A intriga completa consiste na passagem de um equilíbrio a outro.
 
Os diálogos são de suma importância; sem eles não há discórdia, conflito, fundamentais ao gênero. A melhor forma de se informar é através dos diálogos; mesmo no conto em que o ingrediente narrativo seja importante.Vejamos os tipos de diálogos:
 
Direto: (discurso direto) as personagens conversam entre si; usam-se os travessões. Além de ser o mais conhecido é, também, predominante no conto
 
Indireto: (discurso indireto) quando o escritor resume a fala da personagem em forma narrativa, sem destacá-la. Vamos dizer que a personagem conta como aconteceu o diálogo, quase que reproduzindo-o. Essas duas primeiras formas podem ser observadas no conto "A Missa do Galo", Machado de Assis
 
Indireto livre (discurso indireto livre) é a fusão entre autor e personagem (primeira e terceira pessoa da narrativa); o narrador narra, mas no meio da narrativa surgem diálogos indiretos da personagem como que complementando o que disse o narrador
 
Como o conto é uma narrativa, ele possui um enredo: o enredo é o conjunto de fatos ligados entre si que fundamentam a ação de um texto narrativo, e pode ser organizado de diversas formas, sendo esta a mais comum
 
Situação inicial: personagens, tempo e espaço são apresentados.
Estabelecimento de um conflito: um acontecimento modifica a situação inicial, fazendo surgir um conflito.
Desenvolvimento: os personagens buscam a solução do conflito.
Clímax: a narrativa chega a seu ponto de maior tensão.
Desfecho: o conflito é solucionado
 
Personagens: é um ser criado para um texto narrativo.Pode ser uma pessoa, animal, sentimento ou objeto personificado.Na narrativa há personagens que são protagonistas (que ocupam o primeiro lugar num acontecimento), prsonagens antagonistas (que são os adversários) e também personagens secundários
 
Espaço: é o lugar em que a narrativa ocorre.O espaço é muito importante, pois sua construção contribui para a elaboração dos personagens.Se o autor descreve um personagem que mora na cidade, em um apartamento grande e todo organizado, o leitor imagina certas características para esse personagem: ele pode ser dinâmico, nervoso, bem remunerado e metódico, por exemplo.
 
Tempo: na narrativa corresponde à duração da ação.Pode ser cronológico ou psicológico.O tempo cronológico (marcado por horas,datas, mês, séc.etc) já o tempo psicológico é a maneira como os personagens percebem a passagem do tempo.
 
Ação: é tudo aquilo que os personagens fazem na narrativa, incluindo suas falas ou pensamentos.
 
A) Narrador observador: o narrador limita-se a descrever o que está acontecendo, "falando" do exterior, não nos colocando dentro da cabeça da personagem; assim não sabemos suas emoções, idéias, pensamentos. O narrador apenas descreve o que vê, no mais, especula.B) Narrador onisciente: conta a história; o narrador tudo sabe sobre a vida das personagens, sobre seus destinos, idéias, pensamentos. Como se narrasse de dentro da cabeça delas.