terça-feira, 2 de dezembro de 2014

ATIVIDADE DE REDAÇÃO/REC FINAL 1º ANO

Leia o texto com muita atenção antes de responder às perguntas. Depois escolha a resposta correta a cada pergunta.

A MORTE QUE FEZ UM HOMEM RICO

Um homem tinha muitos filhos, e já todos os homens da freguesia eram seus compadres.
A mulher alcançou outra vez e pronta estava para parir. O homem, que não queria pedir a mais ninguém, abalou de casa.
Encontrou no caminho um homem muito desfigurado, que lhe perguntou aonde ele ia.
Ele contou-lhe, e o homem disse-lhe que voltasse para trás, que ele era o seu padrinho.
Assim foi.
Quando acabou o batizado, o homem disse:
— Compadre, repare bem para mim, para me conhecer onde quer que me encontre. Eu sou a Morte. Tu muda de casa e faz-te médico, que hás-de ganhar muito dinheiro. Em tu me vendo aos pés da cama de qualquer doente, é porque ele escapa. Em tu me vendo à cabeceira, é porque ele morre.
O homem assim fez; começou a ter muita fama e ganhava muito dinheiro e já estava muito rico mais os filhos.
Num dia a Morte chegou-se ao pé dele e disse-lhe:
— Bem, agora já te fiz rico, mas hoje chegou a tua vez e venho matar-te.
O homem pediu muito que o deixasse viver mais um ano.
A Morte consentiu.
O homem então mandou fazer uma torre de bronze, com as paredes muito grossas, para a Morte lá não entrar.
Quando o ano estava quase a acabar, ele mandou fazer um anel de ouro, meteu-o no dedo e fechou-se na torre.
Estava lá a jantar, e apareceu-lhe a Morte ao pé dele.
Ele, muito assustado, perguntou-lhe:
— Ó comadre Morte, tu por onde é que entraste?
A Morte disse que pelo buraco da fechadura.
Ele então disse-lhe:
— Já que tu te meteste pelo buraco da fechadura, hás-de meter-se pelo buraco desta cabaça.
A Morte meteu-se e ele tapou a cabaça com uma rolha e disse à Morte:
— Agora sai daí para fora se és capaz.
A Morte disse-lhe:
— Ó compadre, pois eu fiz-te tanto benefício, e tu agora queres-me aqui deixar dentro desta cabaça? Tira-me a rolha, que eu não te faço mal.
O homem tomou a perguntar-lhe se ela não lhe fazia mal.
A Morte disse que não.
Ele destapou a cabaça e, ao tempo que destapou, caiu, mas não morto, e a Morte roubou-lhe o anel.
Ele disse:
— Ó comadre, então tu prometeste-me que não me matavas, e agora queres-me matar. Deixa-me ao menos rezar um Padre-Nosso e uma Ave-Maria pela minha alma.
A Morte consentiu.
Ele que fez?
Começou a rezar o Padre-Nosso até ao meio e depois tornava a começar.
De modo que a Morte não o podia matar.
O homem então saiu da torre e começou outra vez na sua vida.
Um dia andava ele à caça e a Morte fingiu-se de morta no meio do monte.
O homem chegou e, julgando que era um homem morto, disse:
— Ah! Pobre homem, quem te matou? Deixa-me ao menos rezar um Padre-Nosso e uma Ave Maria pela tua alma.
Rezou, mas ao tempo que acabou, a Morte levantou-se e matou-o.
                                                                                 Consiglieri Pedroso, in Contos Populares Portugueses

Estudo do texto:

1.A expressão “A mulher alcançou outra vez...” significa:
A.(   )  A mulher engravidou outra vez...
B.(   )  A mulher agarrou outra vez...
C.(   )  A mulher acertou outra vez...

2.O homem desfigurado era:
A.(   )  uma vítima de acidente
B.(   )  a morte disfarçada
C.(   )  desfigurado de nascença

3.Seguindo o conselho da Morte, o homem...
a.(   ) encontrou um tesouro
b.(   ) plantou uma árvore
c.(   ) salvou uma princesa
d.(   ) mudou de casa
e.(   ) foi correr mundo
f.(   ) fez-se médico

4.“...uma torre de bronze, com as paredes muito grossas...”
Identifica o grau em que se encontra o adjetivo desta frase.

5.A Morte conseguiu entrar na torre...

A.(   ) ... pelo buraco da fechadura.
B.(   ) ... por uma porta secreta.
C.(   )... por uma janela.
D.(   )... pela chaminé

6.Quando a Morte entrou na cabaça, o homem...

A.(   ) ... fez.lhe um encantamento.
B.(   ).. queimou-a com água a ferver.
C.(   )... tapou o buraco da cabaça.

7.A morte não conseguiu livrar-se da cabaça.

A.(   ) falso
B.(   ) verdadeiro



ATIVIDADE DE REDAÇÃO/RECUPERAÇÃO FINAL 2º ANO

Lembrança do mundo antigo

Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranqüilo em redor de Clara.

As crianças olhavam para o céu:? Não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das 11horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã!!!
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!

                                                                                     CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.Poesia completa e prosa.Rio de Janeiro:José Aguilar, 1973.

Análise da leitura

1- Quando esse poema foi publicado, o mundo passava pela Segunda Guerra Mundial.A China, que também participava da guerra, enfrentava há anos uma terrível guerra civil.

Na fase de sua carreira em que elaborou esse poema, Drummond escrevia a respeito dos problemas no mundo, das questões sociais. A partir da leitura do poema, responda: o que estaria sendo criticado nesse poema?

2- Como você sabe, um poema é um texto organizado em versos.
a) No texto de Drummond, os versos são rimados ou brancos?
b) Observe atentamente a pontuação no poema.Os versos de 2 a 6 são separados por vírgulas.Que efeito é produzido por essa pontuação e qual a relação com o conteúdo dos versos?

3- A leitura do texto permite identificar saudosismo do eu lírico.
a)Na sua opinião, por que o eu lírico fez um retorno ao “mundo antigo”?
b) Nos quatro primeiros versos, o eu lírico destacou o colorido que havia na natureza.O que poderia ter causado a alteração desse colorido?

4- Nos versos 5 e 6, o eu lírico fala do guarda-civil que sorria e da menina que pisava na relva para pegar um pássaro.O que poderia ter mudado com o tempo em relação a esses elementos?

5- No texto, o narrador menciona o nome de duas potências mundiais: a Alemanha e a China.Qual é a situação desses países atualmente?


6- Leia novamente o verso a seguir em que o eu lírico referiu-se a determinados perigos do mundo antigo.

“Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.”




a) Considerando-se que o poema foi escrito em 1940, que perigos o eu lírico poderia ter de enfrentar?
b) Em sua opinião, quais seriam os perigos do mundo atual?

7- Para o eu lírico, não havia muitos problemas no mundo antigo.Contudo, o mundo já havia passado por outras guerras civis e também pela Primeira Guerra Mundial.

Em sua opinião, seria ilusão o eu lírico imaginar que o mundo antigo era melhor?

8- Releia estes versos.

“Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo.Mas passeava no jardim, pela manhã!!!”

a) Por que Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas?
b) Por que as cartas demoravam a chegar?
c) O que o fato de que Clara nem sempre podia usar vestido novo indica?

9- A conjunção mas estabelece oposição.Veja:
tinha medo de perder o bonde}
esperava cartas}                         mas passeava no jardim pela manhã
não podia usar vestido novo}

Passear pelo jardim, para o eu lírico, é algo bom ou ruim?


10- No último verso, o que podem representar as manhãs? Por quê?

ATIVIDADE DE REDAÇÃO/RECUPERAÇÃO FINAL 3º ANO

Atividade de Leitura e Interpretação de texto
O padeiro
  Rubem Braga

                Enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
            - Não é ninguém, é o padeiro!
            Interroguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo?
            “Então você não é ninguém?”
            Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ”não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
            Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis dete-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saia já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
            Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”
            E assobiava pelas escadas.

Compreensão do Texto

1- O texto pode ser dividido em três partes. Determine onde começa e onde termina cada parte:
     1ª parte – Um homem modesto
                     Do início até __________________________________________________.
    
2ª parte – Um homem que se julgava importante
                De _____________________________ até ________________________.

3ª parte – A lição de humildade
                De __________________________________________ até o fim.

2 – Observe os títulos das partes do texto no exercício anterior e responda:
a) Quem é o homem modesto?
________________________________________.

b) Quem é o homem que se julgava importante?
_______________________________________.

c) Qual foi a lição de humildade recebida?
________________________________________.






3 – Complete o esquema, mostrando em que fato se fundamenta a opinião do autor sobre o padeiro:

                                                                       FATO EM QUE SE
      OPINIÃO                                           FUNDAMENTA A OPINÃO
O padeiro era um
 homem humilde.

4- Copie:
a) o período em que o autor mostra que achava o padeiro mais importante que ele:
_________________________________________________________________
________________________________________________________________.

b) a expressão em que o autor mostra que considerava o padeiro o mais útil dos homens:
_______________________________________________________________.

5- Que justificativa teria o autor para cada uma dessas suas opiniões? Complete o esquema:

            OPINIÃO                                                      JUSTIFICATIVA
O padeiro era mais importante
que ele, jornalista.

            OPINIÃO                                                      JUSTIFICATIVA
O padeiro era um homem
Entre todos útil.

6 – O autor considerava-se um colega do padeiro, embora menos importante. Por quê? Indique as duas respostas certas:
(   ) Ambos eram considerados “ninguém” pelos moradores das casas.
(   ) Ambos trabalhavam durante a noite.
(   ) Ambos produziam coisas que chegavam cedo nas casas.
(   ) Ambos se orgulhavam do que faziam.

7- No texto, o autor aponta duas semelhanças entre o jornal e o pão. Copie os trechos.
1ª semelhança ________________________________________________________.

2ª semelhança ________________________________________________________.

8 – O autor afirma: “... às vezes me julgava importante...”. Em que momento ele se sentia assim?

9 – Entre os títulos abaixo, grife o que também seria adequado ao texto:
O trabalho noturno                      Uma lição de humildade
O pão e o jornal                           Um homem alegre

10 – Em sua opinião o padeiro está certo em conformar-se com ser considerado “ninguém? Justifique sua resposta.
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________.